Como é
que um gajo se atira para a frente com uma guitarra e quer encarar o público,
mas depois tem vergonha de falar de coisas que acontecem, como chorar porque a
namorada não gosta dele? Desde sempre faço questão de falar de assuntos que nos
tornam frágeis – mas porque somos frágeis na cabeça, não pela ação em si. Temos
uma regra: não ter um dicionário de temas tabu; às vezes quem faz música parece
que tem um dicionário corrente e um de tabus, onde não se toca. Há que falar
desses temas, torná-los naturais, deixar esses preconceitos e essa forma de
estar tacanha. Temos de crescer, e crescer é não só encarar as nossas vitórias
como também as nossas derrotas e fraquezas. Lutar contra esta ideia de que, se
não ganhas à Espanha, o mundo acabou, quando nas derrotas também conseguimos
ver as coisas boas, como a perceção de que há gente melhor que nós, e que temos
de trabalhar ou lutar para conseguir ser como eles. Não é um gajo desaparecer
ou deixar de falar, porque isso te perturba.
Virgem
Suta na Blitz
mano, não viaja.
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