Há uma encosta, com pouca inclinação e um piso muito
irregular. No cimo dessa há uma bola, composta por recordações. Estamos no
fundo da encosta e reparamos que a bola se liberta. Começa a rolar muito
devagar, mas logo atinge uma grande velocidade. Já não rola, salta. Com cada
pulo que dá, amolga as memórias. Estas ficam cada vez mais homogéneas, uma
massa uniforme. A massa resultante denomina-se sentimento. Cada vez mais
próxima, a bola amedronta-nos. Somos esmagados antes que ela nos toque. No próximo
segundo somos atingidos, ficando ela sobre nós, subjugando-nos com o seu peso.
Não seguiu o seu caminho, estacou, de propósito, apenas pelo prazer da dor.
Olho-a e questiono-a: “Como saio daqui?”
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